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Professoras da UFSC participam de homenagem, na França, por entrada de Germaine Tillion no ‘Pantheon’

Carmen Silvia Rial e Miriam Pillar Grossi, professoras e antropólogas do Departamento de Antropologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), receberam convite do presidente da França, François Hollande, para a homenagem solene daquela nação a Germaine Tillion e mais três pessoas, por sua entrada, nesta quarta-feira, 27 de maio, no Pantheon – monumento que contém os restos mortais de grandes nomes franceses. Germaine Tillion  (1907-2008) – proeminente antropóloga francesa, membro da Resistência – recebeu o prêmio Pullitzer em 1947, por seus atos heroicos durante a Segunda Guerra Mundial, e, em 1999, a Grande Cruz da Legião de Honra (Grand-croix de la Légion d´honneur). Além de seu destaque no campo científico, notabilizou-se como ativista dos direitos humanos, engajada em lutas como a pela emancipação das mulheres e contra a excisão feminina. Miriam ministrou na terça-feira, 26 de maio, em Paris, na  École de Haute Études en Sciences Sociales (Escola de Estudos Superiores em Ciências Sociais), um seminário em homenagem a Tillion, no qual apresentou o filme “Germaine Tillion: Lá où il y a danger on vous trouve toujours” (Germaine Tillion: onde há perigo sempre te encontramos), realizado por ela e Carmen Rial.

Assista aqui: Germaine Tillion: onde há perigo sempre a encontramos

from NIGS/UFSC on Vimeo.

Miriam e Carmen realizaram também o filme Mauss, segundo suas alunas, escolhido para o encerramento do “23eme Bilan du Film Ethnographique”, em março de 2004, em Paris, e apresentado na UFSC em atividade do projeto “Nossa Antropologia”, em abril  do mesmo ano. Marcel Mauss (1872-1950), sobrinho de Émile Durkheim e um dos fundadores da Antropologia na França, é sempre lembrado como o definidor dos métodos de trabalho de campo que tinham no Museu de Etnografia de Paris um foco de formação e irradiação. Mauss teve muitas discípulas, dentre as quais se destacaram algumas antropólogas que pesquisaram na África de língua francesa. Três delas (Germaine Tillion, Denise Paulme e Germaine Dieterlen) foram entrevistadas, entre 1997 e 1999,  por Miriam e Carmen para o filme, revivendo, assim, os ensinamentos do mestre e mostrando a sua atualidade.

Assista aqui:

Mauss e suas alunas – parte 1

Mauss, segundo suas alunas – parte 2

Mauss, segundo suas alunas – parte 3

Mauss, segundo suas alunas – parte 4

Mauss, segundo suas alunas – parte 5

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Alita Diana/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC
 Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

 

SBPC elege nova diretoria, que terá professora da UFSC como integrante

Com 60% de participação – o maior índice dos últimos dez anos – a votação nas eleições para renovação da Diretoria, Conselho e Secretarias Regionais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) terminou com a eleição de sete mulheres para compor a diretoria, um número inédito na história de 73 anos da SBPC.
Professora Miriam Grossi fala durante abertura da sétima edição do curso Gênero e feminismos, na UFSC. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC.
Miriam Pillar Grossi que ocupará na gestão cargo na secretaria credita esta representatividade como consequência da forte presença de mulheres no campo científico brasileiro – já são mais de dez anos com mais mulheres sendo tituladas com doutorado do que homens no país.  “A SBPC reflete este movimento, mas ele não é espontâneo, é fruto de um projeto político e de articulação. Na eleição dei muita ênfase em haver maior representação de mulheres”, comenta Miriam.

Programa ‘Cátedra doutora Ruth Cardoso’ da Universidade de Columbia seleciona professora da UFSC

A antropóloga Miriam Pillar Grossi, professora e pesquisadora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi selecionada para o programa “Cátedra Fulbright doutora Ruth Cardoso”, na Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), onde ela ministrará, de janeiro a maio de 2016, um curso sobre movimentos sociais e teoria feminista no Brasil. Além disso, aprofundará suas pesquisas sobre a história de mulheres antropólogas em diferentes países do mundo, dedicando-se a trabalhar nos arquivos da universidade  sobre as pioneiras da disciplina nos Estados Unidos.

A  tradicional e conceituada Universidade de Columbia, a quinta mais antiga dos Estados Unidos da América (EUA), foi classificada como a 10ª melhor universidade do mundo no Times Higher Education 2015. Mais de 40 vencedores do prêmio Nobel e três presidentes dos EUA  um deles é Barack Obama  destacam-se como ex-alunos notáveis da instituição.

“Para mim é uma grande vitória, não só minha, mas também do Instituto de Estudos de Gênero da UFSC, pois é o reconhecimento de nossa contribuição teórica para o campo dos estudos de gênero no mundo”, afirma a professora. Ela também comenta que ficou surpresa com a repercussão que a notícia de sua seleção teve nas redes sociais.

“Senti que o fato de ganhar um concurso concorrido como este, no campo das Ciências Humanas, foi vivido por muitas das jovens  que foram e são minhas alunas  como um exemplo do que elas poderão alcançar em suas carreiras. Por isso, estou ainda mais feliz com o resultado, pois sei o quanto as jovens mulheres cientistas, numericamente já maioria no Brasil, carecem de exemplos de mulheres em lugares de prestígio”, avalia.

 A professora Miriam  na UFSC desde 1989 e que já lecionou na Universidade de Brasília (1995), Universidad de Chile (2003), EHESS (França, 2008) e ISCTE (Portugal, 2009)  afirma que esse tipo de intercâmbio com universidades do exterior é muito importante: “Essas experiências internacionais em sala de aula são um aprendizado muito rico para professores e estudantes. É muito bom conhecer e viver a vida acadêmica em outras universidades e aprender com as semelhanças e diferenças institucionais que vivenciamos. Trazemos sempre esses aprendizados para nosso trabalho na UFSC”, acrescenta.

Coordenadora do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS/UFSC), do curso de especialização Gênero e Diversidade na Escola da UFSC, e co-coordenadora do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) da Universidade, a professora Miriam também coordena projetos com várias equipes de pesquisa  financiados pelo CNPq, Capes, Fapesc e Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República  e de extensão, como o “Papo Sério”  projeto em escolas públicas da Grande Florianópolis, financiado pelo Programa de Extensão Universitária (Proext) do Ministério da Educação (MEC).

A pesquisadora ministra neste semestre a disciplina Relações de Gênero, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, e Família e Parentesco em Sociedades Complexas, no curso de graduação em Antropologia.

Cátedra doutora Ruth Cardoso

 O principal objetivo do programa “Cátedra doutora Ruth Cardoso”  uma parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Universidade de Columbia (UC) e a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos da América e o Brasil (Fulbright)  é apoiar professores e pesquisadores brasileiros, com comprovada experiência nas Ciências Humanas e Sociais, com ênfase em História do Brasil contemporânea, Antropologia, Ciência Política e Sociologia, e em atividades de docência e pesquisa no Instituto de Estudos Latino-Americanos (ILAS) da Universidade de Columbia. A Cátedra é uma homenagem a Ruth Corrêa Leite Cardoso (1930-2008), antropóloga e docente da Universidade de São Paulo (USP), que foi bolsista da Comissão Fulbright na Universidade de Columbia, em 1988.

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Programa seleciona antropóloga da UFSC para atuar nos EUA

Gabriela Dequech/estagiária NIGS/UFSC
Edição: Alita Diana/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC
Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos/Agecom/DGC/UFSC

 Sambando e lutando

O Instituto de Estudos de Gênero (IEG) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) se uniu à União Brasileira de Mulheres de Santa Catarina (UBM/SC) e à escola de samba Embaixada Copa Lord para criar a ala “Amor sem dor”. Esta trouxe como tema a Lei Maria da Penha e contou com forte adesão de integrantes dos movimentos sociais que batalham pelo fim das violências de gênero. Assim,  neste Carnaval, a luta social foi das ruas para o sambódromo, integrando passistas e militantes ao ritmo do samba.

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Pesquisadores do IEG: Virginia Nunes (mestranda PPGAS UFSC), Felipe Fernandes (pos-doutorando PPGAS UFSC) Glaucia Oliveira de Assis (LABGEF UDESC), Miriam Pillar Grossi (PPGAS UFSC), Janine Gomes (UFSC) e Marlene de Faveri (UDESC).